O marco zero da EA ocorreu em 1987 com a publicação no IBM Systems Journal do artigo intitulado “A Framework for Information System Architecture”, concebido por J.A. Zachman.
Nele foi apresentado o desafio e a visão de EA que serviriam de orientação para o futuro dessa área.
O Desafio era gerenciar a complexidade de sistemas cada vez mais distribuídos.
Zachman citou : “O custo envolvido e o sucesso do negócio dependendo cada vez mais de seus sistemas de informação exigem uma abordagem disciplinada do gerenciamento desses sistemas.”
Zachman notou que o valor e a agilidade do negócio poderiam ser realizados de melhor forma se a arquitetura de sistemas possuísse uma visão holística, considerando todas as questões importantes de todas as perspectivas também importantes.
Essa abordagem multiperspectiva dos sistemas de arquitetura foi originalmente descrita como um “Framework Arquitetural dos Sistemas da Informação” e que logo passou a ser “Framework EA”.
Zachman foi a influência de uma das primeiras tentativas realizadas por alguma agencia do governo americano, o Departamento de Defesa, para criação de uma arquitetura corporativa.
Tentativa essa conhecida como TAFIM(Technical Architecture Framework for Information Management), introduzida em 1994.
A promessa de EA, criar um alinhamento entre os projetos técnicos e as necessidades de negócio, foi percebida por ninguém menos do que uma entidade do congresso norte americano. O Congresso, influenciado pelos benefícios providos pela TAFIM, aprovou em 1996 um projeto lei que passou a ser conhecido como Lei Clinger-Cohen, conhecida também como lei da reforma do gerenciamento da tecnologia formado pelos CIOs de todas as principais entidades governamentais, para supervisionar essa iniciativa.
Em abril de 1998, o conselho de CIOs começou a trabalhar no seu primeiro e mais importante projeto, o framework de arquitetura corporativa federal (FEAF –Federal Enterprise Architecture Framework). A Versão 1.1 desse framework foi lançada em setembro de 1999. O Documento continha algumas idéias inovadoras, como as “Arquiteturas Segmentadas”, ou seja, enfoque arquitetural em subconjuntos segmentados da empresa maior.
Com o tempo a responsabilidade da FEAF passou para a OMB (Office of Management and Budget). Em 2002 a OMB evoluiu e renomeou a FEAF que passou a se chamar FEA (Federal Enterprise Architecture).
Apesar da atividade arquitetural corporativa muito significativa do governo federal, o progresso foi lento e as histórias de sucesso foram ofuscadas por falhas de perfil mais elevado. Em 2004, após 8 anos da Lei Clinger-Cohen, o GAO (General Accounting Office) informou o seguinte :
“Apenas 20 das 96 agências analisadas estabeleceram, no mínimo, o fundamento para o gerenciamento efetivo da arquitetura. Além disso, enquanto 22 agências cresceram em maturidade desde 2001, 24 outras agências perderam maturidade e 47 agências permaneceram inalteradas.”
Desde janeiro de 2005 o GAO (General Accounting Office) puniu severamente diversas agências do governo americano por deixarem de adotar ou utilizar arquitetura corporativa, como : FBI, Nasa, Departamento de Defesa e Departamento de Segurança Interna.
Em 1998, 4 anos após a introdução do TAFIM (Techinical Architecture Framework for Information Management) e 2 anos após sua codificação como Clinger-Cohen, a TAFIM foi oficialmente apresentada pelo Departamento de Defesa.
O trabalho realizado pelo TAFIM foi entregue ao Open Group, que modificou esse conteúdo em um novo padrão, conhecido hoje como Framework Arquitetural do Open Group, mais conhecido pelo seu acrônimo TOGAF.
Em 2005 a OMB tornava-se a força dominante no campo da arquitetura corporativa do setor público, e o grupo Gartner caminhava no mesmo sentido, só que na arquitetura corporativa do setor privado.
O Grupo Gartner já era uma das organizações mais influentes, especializada em consultoria de nível CIO. Porém, na área de Arquitetura Corporativa, o grupo de consultoria e pesquisa de TI mais conhecido não era o Gartner e sim o Meta Group.
O Grupo Gartner trabalhou no intuito de criar uma arquitetura corporativa mas jamais conseguiu atingir o status do Meta Group. Em 2005, como o Grupo Gartner notou que não conseguiria atingir o status do Meta Group, decidiu partir para outra estratégia, comprou o Meta Group.
Após a aquisição do Meta Group, durante 1 ano foi realizada uma analise para identificar o que cada Grupo tinha de melhor quanto a experiência e às metodologias para a Arquitetura Corporativa.
Ao final, decidiram por uma solução bastante simples: Se o Meta Group gostava, estaria OK, se não gostava, estaria fora de cogitação. O Grupo Gartner gostava dos Frameworks Arquiteturais, já o Meta Group optava pelo processo Arquitetural. Dessa forma, foi decidido que os frameworks estariam fora, e os processos seriam priorizados.
Bem pessoal, esse foi um breve histórico sobre EA.
No próximo post vou apresentar o estudo de caso fictício que utilzaremos para abordar as 4 metodologias mais conhecidas sobre EA.
"Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu..."
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