domingo, 1 de fevereiro de 2009

Enterprise Architecture IV - Estudo de Caso


Para que possamos analisar as 4 principais abordagens de EA, utilizaremos um cenário similar e veremos como cada uma delas se aplica nesse cenário.

Para o cenário, utilizaremos uma rede de Supermercados, Gyn SuperMarket.

A Gyn Supermarket desenvolveu um inovador sistema de software que lhe permitia administrar as lojas com muita eficiência. O Sistema era chamado de GynSystem, ou GSys.

O GSys incorporou algumas funcionalidades inovadoras que permitiam gerenciar o relacionamento com os clientes, administração de inventário, faturamento automático, e otimização dos serviços de infra-estrutura.

O GSys era composto por 3 programas. GSys/Loja, executado nos computadores dispostos nas lojas, GSys/Depósito, executado no servidor de aplicações e o GSys/Sede, executado em um servidor de grande porte na sede da Gyn Supermarket.

A Comunicação desses 3 programas era provida através de arquivos transferidos entre os locais (Loja è Depósito, por exemplo). Se houvessem uma linha de comunicação confiável, a transferência dos arquivos poderiam ser realizadas via FTP. O Sistema também era suficiente flexível para suportar transferências realizadas por courier, quando necessário.

Em 2000, a Gyn Supermarket estava muito bem, muito em função da redução de custos realizada devido a eficiência do sistema GSys.

Com isso, a Gyn Supermarket decidiu expandir seus negócios e fez a aquisição de mais 3 cadeias de Supermercados regionais. Com isso a Gyn Supermarket ampliou seu alcance através da região centro oeste do Brasil.

Em 2002 os sistemas de software haviam fomentado o sucesso da Gyn Supermarket, porem atualmente atrasavam seu progresso de forma agressiva. Entre os problemas que a Gyn Supermarket atravessava, estavam :

· O GSys Depósito, exigia especializações Regionais. Por exemplo, era necessário ter suporte a vários tipos de tributação por região, e isso exigia mudanças no módulo GSys/Depósito.

· Os Depósitos regionais adquiridos tinham diferentes formas de receber os pedidos das lojas e vários procedimentos de compras dos atacadistas. Cada uma dessas diferenças também exigiam mudanças no módulo GSys/Depósito.

· A Abordagem de transferência de arquivos para compartilhamento de informações que funcionava tão bem, quando a cadeia da Gyn Supermarket possuía 30 lojas, um depósito Regional e Sede, tornava-se de difícil coordenação agora que a cadeia era composta por 200 lojas, 4 depósitos regionais, 2 escritórios geográficos e a Sede. Com isso ocorriam atraso nos envios do arquivo, muitas vezes os arquivos sequer eram enviados, ocorria duplicidade de envio, entre outros transtornos. Esse tipo de ocorrência dificultavam o acesso da sede a informações financeiras confiáveis e atualizadas, especialmente as informações relativas a venda e estoque.

A administração do Gyn Supermarket constatou que o sistema GSys precisava de muitos aprimoramentos. Entretanto a atualização do sistema era de difícil execução , por se tratar de módulos enormes, ineficientes e complicados.

As linhas de código atingiram um número exorbitante para cada módulo, tornando difícil modificar alguma função sem que houvesse efeitos colaterais em outras partes do sistema. Como as funções acessavam a mesma base de dados as mudanças em definição de registram poderiam se propagar através do sistema de modo imprevisível. Alterar uma única linha de código poderia demandar um refactoring enorme na aplicação.

O GSys tornou-se um problema, pois a depuração era difícil, as compilações complicadas e a instalação de novas funcionalidades causariam muitas interrupções.

Logo os problemas técnicos criaram conflitos internos na sede da Gyn Supermarket, pois a gestão comercial da corporação desejava adquirir outras redes de supermercados, enquanto a área de TI ainda tentava tornar on-line as aquisições realizadas.

Isso criou um divisor de águas entre a área comercial e técnica da Gyn Supermarket. A área comercial considerava que os recursos de TI retardavam a agilidade do negócio, e em contra partida a área de TI considerava as demandas da área comercial impossíveis de serem cumpridas e as culpava por não terem sido consultados antes das tratativas de aquisição ser iniciadas.

A desconfiança chegou a tal ponto que o CIO da Gyn Supermarket não era mais considerado parte da equipe executiva. A área comercial não confiava no pessoal de TI e sempre que possível esquivava-se, e a área técnica por sua vez construía sistemas sem informações do pessoal da área comercial tornando esses aplicativos muitas vezes ignorados pela área comercial, e muitas vezes, abandonados.

Em 2009 a Gyn Supermarket enfrentava uma crise. A reforma dos sistemas era nitidamente necessária para flexibilização dos mesmos no intuito de atender as necessidades do negócio. Essa era uma proposta cara e a Gyn Supermarket não poderia fracassar.

Outro ponto tão importante quanto a reforma dos seus sistemas, a Gyn Supermarket precisava reconstruir seus relacionamentos internos. As disputas e desconfianças entre a área comercial e técnica da corporação afetavam o moral, eficiência e rentabilidade da empresa que há apenas alguns anos era líder do setor em rentabilidade, muito em função da utilização inovadora da TI, e agora lutava para manter-se fora do vermelho, também muito em função da inflexibilidade dos sistemas de TI.

Marcos, o CEO da Gyn Supermarket, precisava muito de uma solução. Em uma conferência de executivos ele soube como muitos de seus pares utilizavam EA para criar parcerias fortes entre suas equipes técnicas e comerciais no intuito de construir soluções com relação positiva entre custo e eficiência possibilitando a agilidade do negócio.

Marcos entendeu que esta abordagem merecia uma atenção mais detalhada. Orientou a seu CIO, José, que elaborasse uma recomendação sobre o uso de EA para a Gyn Supermarket. José vislumbrou que essa abordagem era muito consistente, e entendeu que uma iniciativa desse tipo precisaria começar de cima e envolver a área comercial desde o início.

Por recomendação de José, Marcos agendou uma reunião com Juliana, Vice presidente de negócios e com o próprio José. Marcos informou que havia decidido criar uma EA comum para a Gyn Supermarket e que proporcionaria a união entre a equipe técnica e comercial. Essa EA seria denominada EA Gyn Supermarket ou GSys-EA. Após concluída, a GSys-EA conduziria todos os novos investimentos em TI para garantir que cada tostão investido em TI revertesse em valor máximo para o negócio.

Marcos sabia que a GSys-EA era a melhor decisão para a Gyn Supermarket. A visão da GSys-EA tinha que funcionar, e Marcos dependia de José e Juliana para que tudo corresse bem.

Logo, esta é a situação, agora veremos como cada uma das 4 abordagens de EA pode fornecer uma solução para Gyn Supermarket.


Não posso dar-me ao luxo da política. Numa ocasião, fiquei cinco minutos a escutar um político e morreu-me um velhinho em Calcutá. (Madre Teresa de Calcutá)


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